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Notícias

02/03/2021

Será a captura de carbono muito dispendiosa?

Energia e Clima

Segundo um recente artigo publicado pela AIE – Agência Internacional de Energia, alcançar metas de emissões líquidas zero, será praticamente impossível sem CCUS.

As tecnologias de captura, utilização e armazenamento de carbono (CCUS) são críticas para colocar os sistemas de energia, em todo o mundo, num caminho sustentável. Apesar da importância do CCUS para a obtenção de transições de energia limpa, a sua implantação tem demorado a descolar, existindo apenas cerca de 20 operações comerciais do CCUS em todo o mundo. Mas o ritmo está a aumentar, tendo já sido anunciados planos para mais de 30 instalações comerciais do CCUS nos últimos anos e, apesar da crise da Covid-19, em 2020 os governos e a indústria comprometeram mais de 4,5 mil milhões de USD com o CCUS.

Vários fatores podem explicar a lenta penetração do CCUS, mas o alto custo é um dos mais ouvidos. Os comentadores costumam citar o CCUS como muito caro e incapaz de competir com a eletricidade eólica e solar, cujos custos caíram espetacularmente na última década, enquanto as políticas climáticas - incluindo o preço do carbono - ainda não são suficientemente fortes para tornar o CCUS economicamente atraente.

Segundo têm consistentemente mostrado as análises da AIE, é necessário um amplo portfólio de tecnologias para atingir profundas reduções de emissões, tanto do ponto de vista prática como económico. A eficiência energética e as energias renováveis são pilares centrais, mas outras tecnologias e estratégias também têm um papel importante a desempenhar.

No seu recentemente publicado relatório, a IEA identificou quatro formas cruciais em que a CCUS pode contribuir para uma transição de energia limpa bem-sucedida:

  • pode ser adaptado para centrais elétricas e unidades industriais que, de outra forma, ainda poderiam emitir 8 mil milhões de toneladas de CO2 em 2050 - cerca de um quarto das emissões anuais do setor de energia atualmente
  • pode ser uma solução para as emissões em setores em que outras opções são limitadas, como a fabricação de cimento, aço e produtos químicos, e na produção de combustíveis sintéticos para transporte de longa distância.
  • possibilita a produção de hidrogénio com baixo teor de carbono a partir de combustíveis fósseis, uma opção de menor custo em várias regiões do mundo.
  • pode remover o CO2 da atmosfera, combinando-o com bioenergia ou capturando-o diretamente do ar, de forma a equilibrar as emissões que são inevitáveis ou tecnicamente difíceis de evitar.

Leia aqui esta interessante publicação, no qual a AIE considera que descartar esta tecnologia por motivos de custo, seria ignorar seus pontos fortes únicos, a sua competitividade em setores-chave, e o seu potencial para entrar no mercado de soluções de baixo carbono, estando as tecnologias CCUS, para algumas Indústrias, entre as opções menos dispendiosas para a redução de emissões.