A edição deste ano do bp Energy Outlook foi hoje apresentado em Londres, pelo economista-chefe da bp, Spencer Dale.

Este relatório explora as principais tendências e incertezas que rodeiam a transição energética até 2050. Os três principais cenários considerados no Outlook - Net Zero, Accelerated e New Momentum - foram concebidos para explorar a gama de resultados possíveis para o sistema energético global ao longo dos próximos 30 anos e foram atualizados de forma a ter em conta dois grandes desenvolvimentos que ocorreram durante o ano passado: a guerra Rússia-Ucrânia e a aprovação da Lei de Redução da Inflação (Inflation Reduction Act) nos EUA. 

Segundo o economista-chefe da bp, Spencer Dale: "As políticas e discussões globais sobre a energia nos últimos anos têm-se centrado na importância de descarbonizar o sistema energético e na transição para o net zero.  Os acontecimentos do ano passado serviram para nos lembrar de que a transição também precisa de ter em conta a segurança e a acessibilidade da energia. Qualquer transição energética bem-sucedida e duradoura precisa de abordar os três elementos do chamado trilema energético: energia segura, acessível e sustentável.

"Os acontecimentos do ano passado realçaram a complexidade e interconexão do sistema energético global. O maior enfoque na segurança energética, como resultado da guerra Rússia-Ucrânia, tem o potencial de acelerar a transição energética à medida que os países procuram aumentar o acesso à energia produzida internamente, grande parte da qual provém, provavelmente, de energias renováveis e combustíveis não fósseis. Mas os acontecimentos também mostram como perturbações relativamente pequenas no fornecimento de energia podem levar a graves custos económicos e sociais, salientando a importância de que a transição aconteça de forma ordenada, de modo que a redução da procura por hidrocarbonetos aconteça em linha com os fornecimentos disponíveis".

As principais conclusões do Outlook são:

• Apesar do aumento acentuado das ambições governamentais, as emissões de CO2 têm aumentado todos os anos desde a COP de Paris em 2015

• É necessário um maior apoio governamental, incluindo políticas que promovam uma maior rapidez nos processos de autorização e licenciamento de infraestruturas de energias com baixo teor de carbono.

• A interrupção do fornecimento global de energia associada à escassez de energia causada pela guerra Rússia-Ucrânia aumentam a importância atribuída à abordagem dos três elementos do trilema energético: energia segura, acessível e mais baixa em carbono.

• A guerra tem efeitos duradouros no sistema energético global. O maior enfoque na segurança energética aumenta a procura por energias renováveis produzidas internamente e outros combustíveis não fósseis, ajudando a acelerar a transição energética.

• A estrutura da procura por energia muda nos três cenários, com a importância dos combustíveis fósseis a diminuir, substituída por uma quota crescente das energias renováveis e pelo aumento da eletrificação. A transição para um mundo de baixo carbono requer uma série de outras fontes de energia e tecnologias, incluindo hidrogénio de baixo carbono, bioenergia moderna, e a captura, utilização e armazenamento de carbono (CCUS).

• Embora a procura por petróleo diminua ao longo das próximas décadas, este continuará a desempenhar um papel importante no sistema energético global durante os próximos 15-20 anos em todos os três cenários.

• A recente escassez de energia e os preços mais elevados sublinham a importância de que a transição aconteça de forma ordenada, de modo que a redução da procura por hidrocarbonetos aconteça em linha com os fornecimentos disponíveis, sendo necessário continuar a investir na exploração e produção de petróleo e gás natural durante os próximos 30 anos.

• A energia eólica e solar são responsáveis pela totalidade ou pela maior parte do crescimento de energia elétrica descarbonizada

• A utilização de biocombustíveis avançados - biomassa sólida, biocombustíveis e biometano - cresce rapidamente, ajudando a descarbonizar setores e processos difíceis de descarbonizar

• O hidrogénio com baixo teor de carbono desempenha um papel crítico na descarbonização do sistema energético, especialmente em processos e atividades difíceis de descarbonizar

• A captura, utilização e armazenamento de carbono (CCUS) desempenha um papel central na viabilização de trajetórias rápidas de descarbonização: capturando emissões de processos industriais, atuando como fonte de remoção de dióxido de carbono, e abatendo as emissões resultantes da utilização de combustíveis fósseis.

• Uma gama de técnicas para a remoção de dióxido de carbono - incluindo a bioenergia combinada com a captura e armazenamento de carbono, soluções climáticas naturais e a captura direta de carbono do ar com armazenamento - são necessárias para que o mundo alcance uma descarbonização profunda e rápida.  

Veja a gravação da apresentação e consulte a versão completa do bp Energy Outlook 2023